A Cinemateca Brasileira, em São Paulo, abre espaço para performances audiovisuais e muita música do SP_Urban Digital Festival no sábado, dia 03 de junho.
Performance audiovisual, ilusão de ótica, mapping, arte digital multimídia, bandas, VJs e DJs se reúnem na Cinemateca Brasileira no encerramento da edição “cápsula” do SP_Urban Digital Festival, evento que desde 2012 ocupa a cidade de forma gratuita e interativa.
O festival encerra a parceria com o Maio Amarelo, movimento internacional de conscientização para a redução de acidentes de trânsito. Sob o tema “mobilidade urbana”, a curadoria espalhou obras de arte digital pela cidade de São Paulo. Estação República do Metrô, Galeria de Arte Digital SESI-SP, Ruas Augusta e Matias Aires foram alguns dos pontos tomados pelo evento.
No espetáculo sonoro e imersivo Estereóptico 2.0 o público recebe óculos 3D para visualizar de grafismos que brincam com a ilusão de ótica. Já LVA VERMELHA é uma parceria da cantora e performer Lia Paris com o VJ Spetto. Lia irá apresentar as quatro faixas do EP LVA Vermelha “vestida” de projeção de body mapping.

https://www.youtube.com/watch?v=hE1ztIIsooY
A parte musical traz ainda a banda Electrip, os cariocas da Autoramas sobem ao palco acompanhados por loucuras visuais da VJ Ligia Alonso e, por fim, a DJ Amanda Mussi fará um set de acid house, techno e break beats sincronizado com os visuais de Vigas.
Obras visuais:
Transite!
Coletivo Coletores (Brasil) 2017
Do verbo transitar e/ou um neologismo que mixa o prefixo trans (ir/para além) e site (sítio/local). A obra é o resultado de uma exploração iconográfica de imagens sobre fluxos e deslocamentos. Ela mapeia e recompõe, sob o prisma da arte digital, uma variedade de ícones que configuram o trânsito nas grandes metrópoles e insere em meio às representações urbanas tradicionais como carros, motos e veículos de tração animal.
Coletivo Coletores é formado pelos artistas Toni William Crosss e Flávio (SERES) Camargo e trabalha a cidade como meio e suporte para suas ações, a partir de conceitos como arte e jogo, graffiti e pixo digital, design social e arte interativa.
Transtópico
Letícia RMS (Brasil) 2017
O vídeo explora a questão da mobilidade urbana sob a perspectiva das mulheres. Através de uma abordagem lúdica, a obra visual discorre sobre um sistema de transporte coletivo utópico, onde questões de gênero e a perspectiva feminina são consideradas nos processos de planejamento, garantindo a construção de cidades equitativas e seguras.

Color Frequency 0.68
Ligia Alonso (Brasil) 2017
A vibração da cidade é emanada de formas e cores, que se misturam e se revelam num fluxo contraditório entre caos e ordem. Pelos seus caminhos percorrem informações, sensações e prazeres.
Mishap United VJs (vários países) 2014
“Mishap” designa em inglês “acidente infortúnio” conhecido pelo ditado popular “you may be lucky and avoid any serius mishaps – você pode ter sorte e evitar acidentes graves de percurso”. A obra mostra imagens hipnotizantes de optical art e efeitos de animação gráfica elaborados, que chamam a atenção do espectador pela intensidade das cores e formas que redefinem a superfície “plana” de projeção. A trilha sonora contribui para enfatizar as sensações de viagem pelo inconsciente. United VJs é um coletivo de VJs encabeçado pelo brasileiro VJ Spetto e o português VJ Zaz, responsáveis pelo mapping na Abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Soporos
Luciana Nunes (Brasil) 2016
Com ponto de partida na atmosfera contida na obra “As janelas” de Rainer Maria Rilke, a instalação visual conduz o espectador pelas aberturas tangíveis e intangíveis que as janelas podem oferecer, retratando como vivem pessoas em grandes metrópoles. Usando a técnica de time lapse, cria uma realidade onde as imagens seguem o ritmo de uma grande cidade, e em meio ao caos, cenas cotidianas aparecem como um respiro.
Pixels Vigilantes
Alberto Zanella (Brasil) 2016
E se a arte digital urbana invertesse seu papel? Ao invés de ser observada pelo cidadão, a obra faria um monitoramento do cidadão. Os “Pixels Vigilantes” cumprirão este desafio. A obra questiona o quanto somos monitorados pelas paredes e muros das metrópoles. O conteúdo é composto por imagens hackeadas de câmeras de segurança de São Paulo. A obra é pautada com dados reais sobre como estamos perdendo nossa privacidade
Respire Maunto Nasci e Marina Rebouças (Brasil) 2016 e 2017
Somos vítimas diárias do estresse, cobranças, de posts ininterruptos. Vivemos em meio ao excesso de estímulos. A vida nas cidades é tão tumultuada que esquecemos o mais simples: a importância de respirar.
A obra é uma sucessão acelerada imagens, sobreposições de efeitos visuais e frames da cultura pop massificada, gerando uma sensação de caos, até causar uma sensação de alívio, enfatizando o poder que a respiração tem sobre o corpo humano.
Desconstrução do Simples Desconstruído
Juli Finkler 2016
A obra remete aos elementos básicos do nosso cotidiano, tratados com descaso. A artista gaúcha traça formas abstratas e coloridas dos espaços urbano e sideral e enfatiza que é preciso que a tecnologia reflita sobre o uso excessivo de tecnologias, levando a não apreciação da noite, do ambiente ao redor e sobre aproveitar o tempo livre através do equilíbrio.
Histórias perdidas pela cidade
Bia Ferrer e Thomás Mena – 2016
Um diário pessoal e ficcional da fotógrafa Bia Ferrer. São fragmentos de histórias reais, ficções, fatos pessoais e alheios, associados à imagem. São histórias contadas via Instagram como memórias visuais como sensações que se referem ao amor, rejeição, solidão e sensualidade.
Museu dos Invisíveis
Giselle Beiguelman e Lucas Bambozzi (2016)
Obra que ocupou o Mirante 9 de Julho, remete à história do local. Envolve imagens históricas e atuais, blocos narrativos, documentais históricos e atuais e formas de automação com a participação do público via Whatsapp.
Serviço:
SP_Urban
Local: Cinemateca Brasileira (Largo Sen. Raul Cardoso, 207)
Dia: 03 de junho (sábado)
Horário: das 17h às 23h30
Programação:
17h Obras visuais
17h30 Show de abertura: banda Electrip
18h30 Obras visuais
18h50 Performance audiovisual: Lva Vermelha – Lia Paris + VJ Spetto (performance de body mapping e vídeo mapping sincronizados com faixas do último disco da artista)
19h10 Obras visuais
19h30 Performance audiovisual: Estereóptico 2.0 – Vigas (espetáculo imersivo sensorial, combinando efeitos visuais de ilusão de ótica da estereoscopia, em perfeita sincronia com o áudio).
20h10 Obras visuais
20h30 Música e imagem: banda Autoramas + VJ Ligia Alonso 21h30 Obras visuais
22h Música e imagem: DJ Amanda Mussi + Vigas
23h Obras visuais
O SP_Urban foi criado pela produtora Verve Cultural em 2012 e funde arquitetura, arte e novas mídias.
Ronaldo Cooper
Nasceu em Porto Alegre, é jornalista, roteirista, fotógrafo e editor do blog VisualZine.
visualzine.blogspot.com.br